O câncer de mama representa uma das principais causas de morte por câncer em mulheres brasileiras, e ao nível mundial perde apenas para o câncer de pulmão. Segundo o Instituto Nacional do Câncer INCA, em 2018, surgiram 18 milhões de novos casos de câncer de mama, que ocasionaram 2,1 milhões de óbitos. Já em 2020, a doença atinge cerca de 61,9 a cada 100.000 mulheres.

A neoplasia consiste no desenvolvimento desordenado das células da mama que pode ocorrer devido a fatores ambientais como alimentação, tabagismo, alcoolismo, fatores genéticos, ou uma combinação do ambiente com a genética.

A influência da genética no desenvolvimento do câncer de mama se dá, principalmente, através da mutação de alguns genes, entre eles, os mais conhecidos são os genes BRCA (BRCA1 e BRCA2). 

Esses genes podem provocar o câncer de mama em mulheres mais jovens, com menos de 40 anos e estão relacionados ao surgimento de outros tipos de câncer, como o câncer de ovário.

O aconselhamento genético e a realização de exames moleculares para identificar mutações nos genes, são ferramentas que permitem avaliar a existência de mutações hereditárias que podem desenvolver o câncer de mama.

Caso essas mutações sejam identificadas, é importante que as ações de prevenção e rastreamento precoce da doença sejam realizadas. Entre as medidas preventivas, estão o uso de bloqueadores hormonais e cirurgias redutoras de risco, como a mastectomia profilática/preventiva.

Mastectomia preventiva

Consiste em uma cirurgia para a retirada de uma ou ambas as mamas antes do diagnóstico de câncer que pode reduzir significativamente o risco de câncer de mama, em 90%, mas não exclui por completo a possibilidade do desenvolvimento da doença, visto que as células adjacentes a mama podem estar doentes e a cirurgia não garante a retirada dessas células.

A mastectomia profilática pode ser considerada para mulheres com alto risco de desenvolver o câncer e mulheres que já estão enfrentando a doença.

Quando pensamos em mulheres com alto risco de desenvolver o câncer de mama, alguns fatores são identificados, como:

  • Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2;
  • Histórico familiar da doença;
  • Tecido mamário denso;
  • Microcalcifcações difusas no tecido mamário.

Mulheres já diagnosticadas com câncer de mama podem ter a indicação da mastectomia e optar por realizar a cirurgia, visando evitar o desenvolvimento do câncer na segunda mama.  

Ou seja, durante a cirurgia para a retirada da mama com o tumor, a mulher pode optar por retirar a segunda mama no mesmo momento. 

Essa cirurgia é conhecida como mastectomia profilática contralateral e pode diminuir o risco de desenvolver um segundo câncer de mama, consideravelmente.

Realizar a mastectomia preventiva garante o não desenvolvimento do câncer?

A mastectomia não retira completamente o tecido mamário e não elimina totalmente o risco de câncer de mama, além de poder causar morbidades e afetar a qualidade de vida da mulher.

Não existe uma ferramenta que determine qual mulher com alto risco genético desenvolverá a doença, e a mastectomia poderá ser feita desnecessariamente em algumas pacientes.

No entanto, é uma opção que pode diminuir as chances de desenvolver uma doença mais agressiva e as mulheres que decidem realizar a cirurgia, podem contar posteriormente com os procedimentos de reconstrução da mama.  

Reconstrução mamária

A reconstituição mamária é um procedimento médico e cirúrgico que utiliza técnicas da cirurgia plástica, em mulheres que tiveram ou podem ter câncer de mama e precisaram retirar um ou ambos os seios para tratar o tumor ou evitar o desenvolvimento da doença.

A reconstrução mamária é uma cirurgia que visa devolver o aspecto anatômico do seio e ajuda a melhorar a autoestima de mulheres que passam pelo tratamento oncológico invasivo e optam pela cirurgia por decisão individual.

O tipo de reconstrução deve ser discutido com o médico e varia de acordo com os objetivos da mulher, o tipo de mastectomia realizada e os tratamentos para câncer que foram realizados.

Vantagens da cirurgia

  • Cirurgia mais rápida e fácil;
  • Recuperação mais rápida e menos dolorosa;
  • Melhores resultados estéticos;
  • Menores chances de cicatrizes;

Desvantagens da cirurgia

  • Maior risco de problemas como deslocamento do implante;
  • Necessidade de fazer nova cirurgia para trocar o implante após 10 ou 20 anos;
  • Seios com aparência menos natural.

Outras opções para reduzir o risco de câncer de mama

Para reduzir as chances do desenvolvimento do câncer de mama é fundamental ficar de olho na saúde dos seios e realizar o autoexame com frequência, ao identificar qualquer sinal da doença, busque o acompanhamento médico.

Mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos sem sinais e sintomas de câncer de mama, além do autoexame, devem realizar a mamografia de rastreamento a cada dois anos.

Além disso, investir em um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos regulares e evitar o uso de álcool e cigarro, é fundamental para diminuir consideravelmente as chances de desenvolver o câncer de mama e outros tipos de câncer.

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