O câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Assim como os outros tipos, ele é resultante de uma disfunção celular que faz determinadas células do nosso corpo crescerem e se multiplicam desordenadamente, formando um tumor. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.

As estatísticas são alarmantes, por isso, é fundamental que as mulheres conheçam todos os métodos de diagnóstico precoce da doença, visto que é muito comum que boa parte das mulheres não saibam que existem outros exames além do autoexame que devem ser realizados para identificar e prevenir o câncer de mama. 

Segundo o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o autoexame é um exame importante que ajuda a mulher a conhecer o próprio corpo, mas não substitui o exame clínico das mamas. 

O autoexame não consegue identificar lesões pré-malignas, lesões muito pequenas, antes de se tornarem câncer, propriamente dito, ou seja, não consegue descobrir as lesões quando elas podem ser tratadas mais facilmente.

Isso proporciona falhas no rastreamento da doença e a lentidão entre a confirmação e o tratamento que contribuem para a mortalidade, já que, quando a mulher realiza o autoexame e não identifica nenhuma alteração, geralmente, deixa de procurar atendimento médico e realizar os demais exames de detecção. 

Por isso, é fundamental que mesmo sem sintomas, mulheres a partir dos 40 anos façam anualmente o exame clínico das mamas e aquelas entre 50 e 69 anos, no caso de baixo risco, se submetam a mamografia, pelo menos, a cada dois anos. 

Principais dúvidas sobre o diagnóstico

O que é o exame clínico das mamas?

É o exame das mamas realizado por médico ou enfermeiro treinado para essa atividade. Neste exame poderão ser identificadas alterações nas mesmas. Se for necessário, será indicado um exame mais específico, como a mamografia.

A mamografia é o exame mais eficaz para o diagnóstico precoce? 

A mamografia é o exame mais indicado para detectar a doença precocemente, já que consegue identificar lesões que ainda não podem ser palpadas clinicamente (menores de 1 cm). Quanto antes detectada a doença, as chances de cura podem chegar a 95%. Estudos mostram que fazer mamografia regularmente diminui a mortalidade em cerca de 30% dos casos de câncer de mama.

A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda realizar a mamografia anualmente a partir dos 40 anos para a população geral e, alguns anos antes, para alguns casos específicos de alto risco. 

As pacientes que apresentam mamas densas, com grande proporção de tecido glandular, podem realizar também a ultrassonografia mamária em conjunto com a mamografia. Em alguns casos a ressonância de mamas pode ser indicada. Na presença de alguma alteração suspeita, é recomendado uma biópsia.

Como o diagnóstico precoce contribui para o êxito do tratamento?

O diagnóstico precoce é importante porque quanto mais cedo a mulher identificar tumores menores, maiores são as chances de cura. Por isso, é fundamental que além do autoexame, seja feito o rastreamento mamográfico, que possibilita identificar lesões em mulheres assintomáticas (sem sintomas) que realizam mamografia de rotina. 

Quais os principais sintomas da doença?

Sintomas

O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, normalmente sem dor, duro e irregular, mas há tumores, bem definidos, com consistência branda e globosa.  Além disso, podem surgir outros indícios, como: 

  • Edema cutâneo com aspecto semelhante à casca de laranja; 
  • Retração cutânea do mamilo (afundamento); 
  • Dor; 
  • Inversão do mamilo;
  • Hiperemia; 
  • Descamação ou ulceração do mamilo; 
  • Secreção papilar, associada ao câncer, que pode ser uma secreção transparente, na maior parte dos casos, mas também rosada ou avermelhada.

Qual a idade mais propensa à doença?

A maioria das mulheres com diagnóstico de câncer de mama tem mais de 50 anos. Apenas cerca de 10% dos casos ocorre em idade menor que 40 anos. No entanto, é preciso alertar que existe a doença entre jovens, o desconhecimento dessa informação pode atrapalhar no diagnóstico, e o atraso no diagnóstico impacta negativamente nas chances de cura. 

Quais formas de prevenção?

Existem fatores passíveis de intervenção, ou seja, é possível prevenir o câncer mantendo o peso saudável, uma dieta balanceada, praticando atividade física e evitando o consumo de bebida alcoólica e cigarro. Estima-se que por meio da alimentação, nutrição, atividade física e hábitos mais saudáveis, é possível reduzir em até 28% o risco de se desenvolver a doença.

Para mulheres na menopausa, é aconselhável fazer reposição hormonal apenas quando necessário, sob orientação médica. No caso de mulheres que apresentam histórico familiar para câncer de mama ou ovário, o que pode e deve ser feito é uma investigação para identificar a possível presença de uma predisposição genética hereditária e, com base nesta avaliação, tomar decisões sobre intervenções redutoras de risco. 

Tratamento 

O tratamento do câncer de mama é multidisciplinar, envolvendo mastologista para a cirurgia, radio-oncologista para radioterapia, oncologista para quimioterapia e terapia hormonal.

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