O câncer de mama é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado das células da mama, que adquirem características anormais, sendo normalmente causadas por uma ou mais mutações no material genético. 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é estimado para o ano de 2023 mais de 73 mil novos casos de câncer de mama.

A detecção da doença pode ser feita através da mamografia em mulheres a partir de 40 anos, o único exame que comprovadamente reduz a mortalidade pela doença.

Como já mencionamos em posts anteriores, o câncer de mama é a segunda maior causa de morte em mulheres ao redor do mundo, só perdendo para o câncer de pulmão.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer estão relacionados a uma ou mais mutações no material genético que podem ser originadas por fatores genéticos hereditários ou por influência de fatores externos.

Entre os fatores externos, podemos citar o consumo excessivo de álcool, tabagismo, influência de agentes químicos, alimentação e doenças como a obesidade.

Sintomas

O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, normalmente sem dor, duro e irregular, mas há tumores, bem definidos, com consistência branda e globosa.  Além disso, podem surgir outros indícios, como: 

  • Edema cutâneo com aspecto semelhante à casca de laranja; 
  • Retração cutânea do mamilo (afundamento); 
  • Dor; 
  • Inversão do mamilo;
  • Hiperemia; 
  • Descamação ou ulceração do mamilo; 
  • Secreção papilar(uma secreção transparente, na maior parte dos casos, mas também rosada ou avermelhada). 

Diagnóstico

Para detectar a doença, é crucial que a paciente esteja sempre atenta ao corpo e as mudanças que podem ocorrer e a partir disso procurar um médico para realizar o diagnóstico do câncer de mama, que pode ser realizado através do exame físico e clínico e exames como a mamografia.

A mamografia é a principal forma de diagnóstico da doença. Trata-se de um tipo de radiografia capaz de captar um tumor ainda em seu estágio muito inicial, quando ainda não é perceptível no autoexame. 

Exames complementares, como a ressonância magnética nuclear, tomografia computadorizada e ultrassonografia, ajudam os profissionais a identificar o estágio da doença.

Tratamento e prevenção

O tratamento do câncer de mama é multidisciplinar, envolvendo mastologista para a cirurgia, radio-oncologista para radioterapia, oncologista para quimioterapia e terapia medicamentosas que ajudam a reduzir o desenvolvimento da doença. 

Medicações para o câncer de mama

Além dos tratamentos convencionais como a quimioterapia convencional, os pacientes contam hoje com as alternativas de novas classes de drogas como os anticorpos monoclonais.

Nessa geração de medicamentos, podemos citar o Transtuzumabe, Pertuzumabe, o Lapatinibe, os inibidores de ciclinas (CDK4/6) como o Palbociclibe, Ribociclibe e Abemaciclibe, sendo estes medicamentos diferentes da quimioterapia convencional. Temos ainda um grupo diferente de medicamentos chamados ADCs ou anticorpo droga conjugada que são uma nova classe terapêutica que vem promovendo resultados promissores em diversos tipos de tumores, no tratamento do câncer de mama temos como exemplo o TDM1, o Trastuzumabe Deruxtecan (TDxD) e o Sacituzumabe Govitecan.

Conheça um pouco mais sobre esses medicamentos:

Terapia Alvo (anti-HER2)

Os medicamentos baseados na terapia alvo anti-her2 são os anticorpos monoclonais, que bloqueiam os fatores de crescimento tumoral denominados HER, especialmente os HER2. 

Entre 20% e 30% dos tumores de mama expressam essa proteína comprovado pelo exame do painel imuno-histoquímico. O exame do painel imuno-histoquímico é sempre realizado quando se diagnostica um câncer de mama. 

Esse exame é responsável por analisar a quantidade de proteínas produzidas no tumor por 4 genes importantes para o processo da doença.

Seu resultado ajuda a classificar o tipo de tumor e a escolher o tratamento adequado para o tratamento da doença.

O Trastuzumabe e Pertuzumabe são anticorpos monoclonais. Esses medicamentos aumentam consideravelmente as taxas de resposta aos tratamentos medicamentosos e cura da doença. 

Já o TDM1 e o Trastuzumabe Deruxtecan são ADCs  Estes medicamentos são compostos por um anticorpo, um linker (parte que conecta) e uma droga citotóxica (como exemplo um quimioterápico). A idéia é que funcionem como um “cavalo de tróia” usando o anticorpo para “entrar na célula” e dentro dela liberar a quimioterapia, diminuindo assim os efeitos colaterais. 

São medicamentos indicados para os tumores que superexpressam o HER 2, e no painel imunoistoquímico habitualmente são identificados como marcação de 3+ para HER 2 (são portanto chamados de tumores HER 2 positivos)

Inibidores de cíclicas

Os inibidores seletivos de cíclicas são medicamentos utilizados no tratamento do câncer de mama, receptor de estrogênio positivo e HER2 negativos. 

Nas células normais, há as enzimas (proteínas) chamadas de ciclinas, que estimulam o crescimento e divisão celulares e estão muito ativas no câncer de mama, fazendo o tumor crescer.

Esses medicamentos atuam inibindo a ação dessas ciclinas e impedindo a evolução da doença.

Outros ADCs

Atualmente muitos medicamentos ADCs estão sendo pesquisados, um deles indicado para câncer de mama avançado triplo negativo é o Sacituzumabe Govitecan. Este medicamento se liga à proteína Trop-2 e leva o quimioterápico irinotecano diretamente à célula cancerígena e é um dos medicamentos mais promissores no tratamento da doença avançada.

Outras formas de prevenir o câncer de mama

Para evitar o risco do desenvolvimento da doença também é importante manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro.

Além disso, é fundamental realizar consultas periódicas e os exames de detecção precoce, como o autoexame e a mamografia, a partir dos 40 anos.

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