O câncer de mama é uma doença que afeta predominantemente as mulheres, raramente acometendo homens. As chances de cura são altas principalmente quando diagnosticado e tratado precocemente.
Em 2020, estima-se que tenham ocorrido cerca de 2,3 milhões de novos casos de câncer de mama globalmente, representando aproximadamente 24,5% de todos os tipos de câncer diagnosticados em mulheres.
No Brasil, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer – INCA para 2023 foi de 73.610 novos casos de câncer de mama em 2021, com uma taxa de incidência estimada de 66, 64 casos a cada 100 mil mulheres.
O câncer de mama também é a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil,com uma taxa de mortalidade ajustada por idade para a população mundial de 14,23/100 mil em 2019. As regiões Sul e Sudeste do país apresentam as maiores taxas de incidência e mortalidade.
Existem vários fatores de risco associados ao câncer de mama, incluindo idade maior que 50 anos, histórico familiar da doença, exposição a hormônios, obesidade, consumo de álcool, entre outros.
No entanto, é importante destacar que nem todas as mulheres com fatores de risco desenvolvem a doença, e algumas mulheres sem fatores de risco podem ser diagnosticadas com câncer de mama.
A maior parte dos casos de câncer de mama são assintomáticos e daí vem a importância do rastreamento. Os sintomas, quando presentes, incluem o aparecimento de um nódulo na mama ou axila, alterações no tamanho ou forma da mama, dor ou sensibilidade mamária, retração do mamilo, secreção pelo mamilo, entre outros.
É importante ressaltar que nem todos os nódulos mamários são malignos, mas é fundamental buscar avaliação médica para um diagnóstico correto.
Como é feito o diagnóstico e tratamento do câncer de mama?
O diagnóstico do câncer de mama é geralmente feito através de exames de imagem, como mamografia, ultrassom ou ressonância magnética, e confirmado por uma biópsia. Uma vez diagnosticado, o tratamento do câncer de mama depende do estágio da doença e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e imunoterapia.
Na cirurgia, o objetivo é remover o tumor e, em alguns casos, também pode ser necessário remover parte ou a totalidade da mama (mastectomia). A radioterapia utiliza feixes de radiação para destruir possíveis células cancerígenas remanescentes após a cirurgia.
A quimioterapia envolve o uso de medicamentos para matar as células cancerígenas em todo o corpo. A terapia hormonal é usada quando o câncer de mama é sensível a hormônios, e a imunoterapia estimula o sistema imunológico a combater o câncer.
O tratamento do câncer de mama é individualizado e pode envolver uma combinação dessas abordagens, dependendo das características do tumor e das necessidades da paciente. Além do tratamento principal, o acompanhamento pós-tratamento é fundamental até a completa remissão da doença.
Principais abordagens que devem ser consideradas no acompanhamento pós câncer
O acompanhamento pós-câncer de mama é uma parte essencial do cuidado contínuo da paciente. Após o tratamento do câncer de mama, é importante continuar com consultas médicas regulares e exames de acompanhamento para monitorar a saúde e detectar quaisquer sinais de recorrência ou efeitos colaterais tardios do tratamento. Alguns aspectos que devem ser levados em conta no acompanhamento pós-câncer de mama incluem:
Exames de imagem
Geralmente, é recomendado realizar mamografias anuais, mesmo após o tratamento bem-sucedido. Outros exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética, podem ser solicitados conforme a necessidade de cada caso.
Exames clínicos
Durante as consultas de acompanhamento, o médico realizará um exame físico detalhado das mamas e das áreas circundantes para verificar se há alterações, nódulos ou qualquer outro sinal de preocupação.
Exames de sangue
Dependendo da situação individual, exames de sangue específicos podem ser solicitados para avaliar os níveis de marcadores tumorais ou verificar a função hepática, renal ou outros órgãos que possam ter sido afetados pelo tratamento.
Avaliação de efeitos colaterais tardios
O tratamento do câncer de mama, como a cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, pode causar efeitos colaterais tardios. Durante o acompanhamento, o médico irá avaliar e tratar quaisquer problemas de saúde decorrentes do tratamento, como problemas cardíacos, osteoporose, fadiga, neuropatia, entre outros.
Suporte emocional e qualidade de vida
O acompanhamento pós-câncer de mama também deve incluir suporte emocional para a paciente, pois o diagnóstico e tratamento do câncer podem ter um impacto significativo na saúde mental e na qualidade de vida. Ter acesso a recursos de apoio, como grupos de apoio ou aconselhamento psicológico, pode ser benéfico nessa fase.
É importante destacar que o acompanhamento pós-câncer de mama é individualizado e pode variar de acordo com o estágio do câncer, tipo de tratamento realizado, fatores de risco e características individuais da paciente.
É fundamental seguir as orientações do médico responsável pelo cuidado oncológico e comparecer às consultas de acompanhamento agendadas, pois elas desempenham um papel crucial na detecção precoce de qualquer recorrência ou complicações relacionadas ao tratamento e ao prognóstico da paciente.