O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Assim como os outros tipos, ele é  resultante de uma disfunção celular que faz determinadas células do nosso corpo crescerem e se multiplicam desordenadamente, formando um tumor. Essa disfunção celular está relacionada a fatores hereditários ou ao estilo de vida e doenças como a obesidade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos. Um dado que chama a atenção é que, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 53% da população brasileira está acima do peso. 

Outro fator preocupante é que, até 2025, o Brasil terá 29 mil casos de câncer relacionados à obesidade, segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A obesidade contribui para maior prevalência do câncer de mama e o crescimento de pessoas com sobrepeso tem sido gradual com o passar das décadas. 

Como a obesidade influencia no desenvolvimento do câncer de mama? 

De acordo com pesquisas realizadas pela OMS, o excesso de gordura corporal provoca um estado de inflamação crônica e aumentos nos níveis de determinados hormônios, que promovem o crescimento de células cancerígenas, aumentando as chances de desenvolvimento da doença.

A obesidade interfere, ainda, com a produção de insulina e com o fator de crescimento conhecido como IGF-1, que também contribuem para aumentar o risco do aparecimento da doença.

Isso se explica porque o tecido adiposo não é um simples depósito de células capazes de armazenar gordura. Esse tecido é formado por diversos tipos celulares (adipócitos, pré-adipócitos, macrófagos, fibroblastos e células endoteliais) dotados da propriedade de produzir hormônios e mediadores químico e um dos principais hormônios produzidos pelo tecido gorduroso é o estrógeno.

Esse hormônio está diretamente relacionado ao desenvolvimento do câncer, principalmente em mulheres na menopausa, que são grupos de risco para o desenvolvimento da doença, devido à idade. 

O que a ciência diz a respeito? 

Vários estudos que relacionam a obesidade com o câncer de mama vêm sendo feitos. Um deles, realizado com 350 mil mulheres, mostrou que a probabilidade de desenvolver o câncer de mama aumenta nas mulheres com o índice de massa corpórea (IMC) maior. 

Outro estudo, realizado na Dinamarca, considerado o maior do mundo, acompanhou 18.967 pacientes de câncer de mama e constatou que mulheres na menopausa, com IMC maior que 30, apresentaram tumores maiores, mais agressivos e com comprometimento mais extenso dos linfonodos da axila.

O estudo também comprova que a presença de metástases em órgãos distantes teve relação direta com o ganho de peso: 10 anos após a cirurgia, mulheres acima do peso apresentaram mortalidade 46% maior quando comparadas às mulheres com peso normal.

Além do impacto no risco de desenvolver tumores de mama e no seu prognóstico, pesquisas recentes sugerem que a obesidade também pode ter um efeito negativo no tratamento. Um alto índice de massa corporal (IMC) no momento do diagnóstico pode reduzir a eficácia da quimioterapia à base de medicamentos como o taxano, piorando os resultados de sobrevida.

Sintomas

O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo, normalmente sem dor, duro e irregular, mas há tumores, bem definidos, com consistência branda e globosa.  Além disso, podem surgir outros indícios, como: 

  • Edema cutâneo com aspecto semelhante à casca de laranja; 
  • Retração cutânea do mamilo (afundamento); 
  • Dor; 
  • Inversão do mamilo;
  • Hiperemia; 
  • Descamação ou ulceração do mamilo; 
  • Secreção papilar, associada ao câncer, que pode ser uma secreção transparente, na maior parte dos casos, mas também rosada ou avermelhada. 

Diagnóstico

Para detectar a doença, é crucial que a mulher fique atenta ao corpo e as mudanças que podem ocorrer e a partir disso procurar um médico para realizar o diagnóstico final do câncer de mama ,  através do exame físico e clínico e exames como a mamografia.

A mamografia é a principal forma de diagnóstico da doença. Trata-se de um tipo de radiografia capaz de captar um tumor ainda em seu estágio muito inicial, quando ainda não é perceptível no autoexame. Exames complementares como a ressonância magnética nuclear, tomografia computadorizada e ultrassonografia, ajudam os profissionais a identificar o estágio da doença.

Tratamento 

O tratamento do câncer de mama é multidisciplinar, envolvendo mastologista para a cirurgia, radio-oncologista para radioterapia, oncologista para quimioterapia e terapia hormonal. 

É possível reduzir o risco de câncer de mama? 

Para evitar o risco do desenvolvimento da doença é importante manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro, além de realizar consultas periódicas e os exames de detecção precoce como o autoexame e a mamografia, a partir dos 40 anos.

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