O que é adenomastectomia ?

A adenomastectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção do tecido glandular da mama, geralmente com a preservação da pele, do mamilo e da aréola. Essa técnica tem sido amplamente utilizada em casos de pacientes com alto risco de desenvolver câncer de mama, ou para aqueles que já foram diagnosticados com câncer de mama, especialmente em estágios iniciais.

Indicações da adenomastectomia

A adenomastectomia pode ser indicada para diferentes grupos de pacientes, como aqueles que possuem um risco elevado de câncer de mama devido a fatores genéticos, ou para tratar pacientes que já foram diagnosticados com a doença. Entre as principais indicações, podemos destacar:

  • Pacientes com mutação genética BRCA1 e BRCA2: mulheres portadoras dessas mutações genéticas têm um risco significativamente maior de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. A adenomastectomia profilática pode reduzir em até 90% o risco de câncer nessas pacientes.
  • Presença de lesões pré-malignas: pacientes com diagnóstico de lesões como carcinoma ductal in situ (CDIS) ou lesões atípicas que aumentam o risco de evolução para câncer invasivo podem ser candidatas à adenomastectomia.
  • Tratamento do câncer de mama: em casos de câncer em estágios iniciais, a adenomastectomia pode ser uma alternativa para remoção do tecido mamário afetado, preservando a aparência estética da mama.
  • Indicação estética: algumas pacientes optam pela adenomastectomia por razões estéticas ou reconstrutivas, especialmente em casos de assimetria mamária ou outras condições estéticas. Nestes casos em especial é muito importante que a paciente esteja ciente das possíveis complicações do procedimento.

Tipos de adenomastectomia

Existem diferentes variações da adenomastectomia, dependendo do objetivo do procedimento e das condições clínicas da paciente. Os principais tipos incluem:

  • Adenomastectomia preventiva: Realizada em pacientes que não possuem câncer de mama, mas que têm um risco elevado de desenvolver a doença. Esse procedimento é preventivo e busca reduzir a probabilidade de aparecimento do câncer.
  • Adenomastectomia terapêutica: Utilizada no tratamento de pacientes já diagnosticadas com câncer de mama. A remoção do tecido glandular ajuda a eliminar o tumor, preservando, quando possível, a estrutura estética da mama.

Habitualmente ao se realizar a adenomastectomia é realizada também a reconstrução mamária imediata, mantendo a aparência estética.

Benefícios da adenomastectomia

A adenomastectomia traz benefícios tanto na prevenção quanto no tratamento. Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Redução do risco de câncer: em pacientes com alto risco, a adenomastectomia pode reduzir significativamente a probabilidade de desenvolvimento de câncer de mama. Mulheres com mutações BRCA1 ou BRCA2, por exemplo, podem reduzir o risco em até 90% após o procedimento.
  • Melhor controle da doença: para pacientes diagnosticadas com câncer de mama, a adenomastectomia pode oferecer uma abordagem mais abrangente especialmente em tumores maiores ou multifocais, removendo a maior parte do tecido mamário onde o tumor pode se espalhar, o que aumenta as chances de controle da doença.
  • Preservação estética: a adenomastectomia permite que a aparência da mama seja preservada, o que é um grande benefício para a qualidade de vida e autoestima das pacientes. Além disso, em muitos casos, a reconstrução mamária pode ser feita imediatamente após a cirurgia.

Riscos e complicações

Como em qualquer procedimento cirúrgico, a adenomastectomia também apresenta riscos e possíveis complicações. Algumas delas incluem:

  • Infecções: Assim como em qualquer cirurgia, existe o risco de infecções no local da incisão, que podem necessitar de tratamento com antibióticos.
  • Alterações na sensibilidade: Em algumas pacientes, a sensibilidade da pele, do mamilo e da aréola pode ser alterada após o procedimento. Isso pode ocorrer devido ao corte de nervos durante a cirurgia.
  • Necrose do tecido: Em casos raros, a preservação do mamilo e da aréola pode levar à necrose do tecido, especialmente se a circulação sanguínea para essas áreas foi prejudicada durante a cirurgia.
  • Complicações estéticas: Apesar de o objetivo da adenomastectomia ser a preservação estética, em alguns casos, pode ocorrer assimetria, ou o formato e a aparência da mama podem não corresponder às expectativas da paciente.

Recuperação e cuidados pós-operatórios

A recuperação após uma adenomastectomia varia de paciente para paciente, mas geralmente envolve um período de algumas semanas para a cicatrização completa. Os cuidados pós-operatórios incluem:

  • Repouso: é importante seguir as orientações médicas em relação ao repouso e evitar atividades físicas intensas nas primeiras semanas após a cirurgia.
  • Uso de curativos e drenos: dependendo do tipo de cirurgia, pode ser necessário o uso de curativos ou drenos para remover o excesso de fluido e evitar o acúmulo de líquidos.
  • Acompanhamento médico: é fundamental realizar consultas regulares com o médico para monitorar a cicatrização e garantir que não haja complicações.
  • Terapias complementares: em pacientes com câncer de mama, a adenomastectomia pode ser seguida de tratamentos adicionais, como radioterapia ou quimioterapia, dependendo do estágio e das características do tumor.

A adenomastectomia é um procedimento versátil que pode ser utilizado tanto para prevenir o câncer de mama em pacientes de alto risco quanto para tratar a doença em seus estágios iniciais. A decisão de realizar esse procedimento deve ser feita em conjunto com o médico, levando em consideração os riscos, benefícios e expectativas estéticas da paciente.

Com a evolução das técnicas cirúrgicas e dos cuidados pós-operatórios, a adenomastectomia tornou-se uma opção segura e eficaz, contribuindo para a saúde e bem-estar de muitas mulheres.

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