Segundo o Instituto Nacional do Câncer INCA, em 2018, surgiram 18 milhões de novos casos de câncer de mama, que ocasionaram 2,1 milhões de óbitos. Já em 2020, a doença atinge cerca de 61,9 a cada 100.000 mulheres.
O câncer de mama pode ser caracterizado pelo crescimento descontrolado das células da mama, que adquirem características anormais, sendo normalmente causadas por uma ou mais mutações no material genético.
A influência da genética no desenvolvimento do câncer de mama se dá, principalmente, através da mutação de alguns genes, entre eles, os mais conhecidos são os genes BRCA (BRCA1 e BRCA2).
Os genes BRCA1 e BRCA2 podem provocar o câncer de mama em diversas mulheres, inclusive as mais jovens, com menos de 40 anos e geralmente, estão relacionados ao surgimento de outros tipos de câncer, como o câncer de ovário.
O gerenciamento genético, através da realização de exames moleculares para identificar mutações nos genes, é uma ferramenta que permite avaliar a existência de mutações hereditárias que podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver o câncer de mama.
Se essas mutações forem identificadas, é essencial que as ações de prevenção e rastreamento precoce da doença sejam realizadas. Isso porque, o câncer de mama pode ser curado em cerca de 95% dos casos, quando diagnosticado e tratado precocemente.
Entre as medidas preventivas, estão o uso de bloqueadores hormonais e cirurgias redutoras de risco, como a mastectomia profilática/preventiva.
Mastectomia preventiva
A cirurgia preventiva para o câncer de mama, também conhecida como mastectomia preventiva ou mastectomia bilateral, pode reduzir em até 90% as chances do desenvolvimento da doença.
O procedimento é indicado para mulheres que possuem altos riscos de desenvolver câncer de mama por fatores genéticos como: a presença de mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 e em casos muito selecionados pacientes com histórico familiar da doença.
A mastectomia profilática pode ser considerada para mulheres com alto risco de desenvolver o câncer e mulheres que já estão enfrentando a doença.
Mulheres que já estão em tratamento para o câncer de mama, podem ter a indicação da mastectomia e optar por realizar a cirurgia, visando evitar o desenvolvimento do câncer na segunda mama.
Ou seja, durante a cirurgia para a retirada da mama com o tumor, a mulher pode optar por retirar a segunda mama no mesmo momento.
Essa cirurgia é conhecida como mastectomia profilática contralateral e pode diminuir o risco de desenvolver um segundo câncer de mama.
A mastectomia preventiva garante o não desenvolvimento do câncer?
A mastectomia não implica em retirar completamente o tecido mamário e não elimina totalmente o risco de câncer de mama, além de poder causar morbidades e afetar a qualidade de vida da mulher.
Não há como determinar precisamente que uma mulher que possui os genes BRCA1 e BRCA2, desenvolverá o câncer de mama, e a mastectomia poderá ser feita desnecessariamente em algumas pacientes.
Porém, é uma alternativa que pode diminuir consideravelmente as chances de desenvolver a doença em sua forma mais agressiva.
Assim, as mulheres que decidem realizar a cirurgia, podem contar posteriormente com os procedimentos de reconstrução da mama, para reduzir o impacto estético e psicológico que a mastectomia provoca.
Reconstrução mamária
A reconstituição mamária é um procedimento médico que utiliza técnicas da cirurgia plástica, em mulheres que tiveram ou podem ter câncer de mama e precisaram retirar uma ou ambas as mamas para tratar o tumor ou evitar o desenvolvimento da doença.
O procedimento consiste em uma cirurgia que visa devolver o aspecto anatômico do seio e ajuda a melhorar a autoestima de mulheres que passam pelo tratamento oncológico invasivo e optam pela cirurgia por decisão individual.
O tipo de reconstrução deve ser discutido com o médico e varia conforme os objetivos da mulher, o tipo de mastectomia realizada e os tratamentos oncológicos utilizados durante a jornada da paciente.
Vantagens da cirurgia
- Melhores resultados estéticos;
- Menor chance de um novo tumor.
Desvantagens da cirurgia
- Maior risco de problemas como infecções e perda do implante;
- Necessidade de fazer nova cirurgia para trocar o implante após 10 ou 20 anos;
- Seios com aparência menos natural.
Outras opções para reduzir o risco de câncer de mama
Para reduzir as chances do desenvolvimento do câncer de mama é fundamental prestar atenção na saúde dos seios e realizar o autoexame com frequência, ao identificar qualquer sinal da doença, é necessário buscar o acompanhamento de um médico mastologista e oncologista.
Mulheres com idade maior que 40 anos anos sem sinais e sintomas de câncer de mama, além do autoexame, devem realizar a mamografia de rastreamento anualmente.
Além disso, investir em um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos regulares e evitar o uso de álcool e cigarro, é fundamental para diminuir consideravelmente as chances de desenvolver o câncer de mama e outros tipos de câncer.