As lesões pré-cancerígenas da mama são alterações nas células da mama que aumentam o risco de desenvolver câncer de mama, mas não são consideradas câncer em si. Essas lesões podem ser identificadas através de exames de imagem, como mamografias, ou por meio de biópsias.
Existem vários tipos de lesões pré-cancerígenas da mama, sendo as mais comuns a hiperplasia ductal atípica e a hiperplasia lobular atípica.
A hiperplasia ductal atípica é caracterizada por um crescimento anormal das células que revestem os ductos mamários, enquanto a hiperplasia lobular atípica envolve um crescimento anormal das células nos lóbulos mamários.
Outras lesões pré-cancerígenas da mama incluem adenose esclerosante, papiloma intraductal e carcinoma lobular in situ. Essas lesões apresentam características celulares anormais que indicam um risco aumentado de desenvolver câncer de mama no futuro.
Principais fatores de risco
Os principais fatores de risco associados às lesões pré-cancerígenas da mama incluem:
Idade: o risco de desenvolver lesões pré-cancerígenas aumenta com a idade. Mulheres mais velhas têm um risco maior do que mulheres mais jovens.
Histórico familiar e genética: ter parentes de primeiro grau (como mãe, irmã ou filha) com câncer de mama ou lesões pré-cancerígenas aumenta o risco de uma mulher desenvolver essas lesões.
Histórico pessoal de câncer de mama: mulheres que já tiveram câncer de mama em um seio têm um risco aumentado de desenvolver lesões pré-cancerígenas no outro seio.
Exposição ao estrogênio: a exposição prolongada a altos níveis de estrogênio, seja através do uso de terapia hormonal de reposição, início precoce da menstruação, menopausa tardia ou uso prolongado de contraceptivos orais, pode aumentar o risco de desenvolver lesões pré-cancerígenas.
História reprodutiva: mulheres que tiveram sua primeira menstruação em idade precoce, nunca tiveram filhos ou tiveram seu primeiro filho em idade avançada têm um risco maior de desenvolver lesões pré-cancerígenas.
Excesso de peso e obesidade: estar acima do peso ou obesa está associado a um risco aumentado de desenvolver lesões pré-cancerígenas.
Radioterapia prévia: mulheres que receberam radioterapia no tórax, especialmente durante a infância ou adolescência, têm um risco aumentado de desenvolver lesões pré-cancerígenas.
É importante lembrar que ter um ou mais fatores de risco não significa necessariamente que uma pessoa desenvolverá lesões pré-cancerígenas. Esses fatores apenas indicam um risco aumentado.
Sintomas
As lesões pré-cancerígenas da mama geralmente não causam sintomas perceptíveis ou específicos.
Na maioria dos casos, elas são detectadas durante exames de rotina, como mamografias ou ultrassonografias mamárias, ou durante a investigação de outros sintomas mamários.
É por isso que é fundamental realizar exames regulares e seguir as recomendações médicas para rastreamento do câncer de mama.
No entanto, em alguns casos, pode haver sinais de alerta associados a lesões pré-cancerígenas. Esses sinais podem incluir:
Dor ou desconforto na mama
Algumas mulheres podem experimentar dor ou desconforto na mama afetada pela lesão pré-cancerígena. No entanto, é importante ressaltar que a presença de dor não é um indicador específico de lesão pré-cancerígena, pois a dor na mama pode ter várias causas.
Alterações na forma ou tamanho da mama
Em casos raros, uma lesão pré-cancerígena pode causar alterações visíveis na forma ou tamanho da mama afetada. Isso pode incluir retração do mamilo ou alterações na pele da mama, como enrugamento ou espessamento.
É importante observar que esses sintomas também podem ser causados por outras condições mamárias benignas e não indicam necessariamente a presença de lesões pré-cancerígenas.
Diagnóstico
O diagnóstico de lesões pré-cancerígenas da mama geralmente envolve uma combinação de exames de imagem, biópsias e análise histopatológica. Entre os principais métodos de diagnóstico, estão:
Mamografia
É um exame de rastreamento comumente utilizado para identificar alterações suspeitas na mama, incluindo lesões pré-cancerígenas. A mamografia pode detectar calcificações ou massas que requerem investigação adicional.
Ressonância magnética (RM) mamária
A RM é um exame mais sensível e específico, geralmente utilizado em casos de alto risco ou quando os resultados da mamografia ou ultrassonografia são inconclusivos. Pode fornecer informações detalhadas sobre as lesões e sua extensão.
Biópsia
É o procedimento necessário para obter uma amostra do tecido suspeito e examiná-lo microscópicamente. Existem diferentes tipos de biópsias, incluindo a biópsia por agulha fina, biópsia por core-needle e biópsia cirúrgica. A escolha do tipo de biópsia depende das características da lesão e da avaliação do médico.
Tratamento
O tratamento das lesões pré-cancerígenas da mama pode variar dependendo do tipo de lesão e da avaliação individual. As opções de tratamento podem incluir:
Acompanhamento e monitoramento
Em alguns casos, especialmente quando as lesões são de baixo risco, o médico pode recomendar um acompanhamento regular, com exames de imagem e avaliações clínicas periódicas para monitorar qualquer alteração.
Cirurgia
Em certos casos, pode ser recomendada a remoção cirúrgica da lesão pré-cancerígena, como a excisão local ampla ou mastectomia profilática.
Terapia medicamentosa
Em casos selecionados, o médico pode prescrever medicamentos para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama. Isso pode incluir terapia hormonal, como inibidores de aromatase ou tamoxifeno.
O tratamento específico depende das características da lesão, dos fatores de risco individuais e das preferências do paciente. É essencial discutir as opções de tratamento com um médico especializado para tomar a decisão mais adequada em cada caso.